Ilha submersa reivindicada pelo Brasil é rica em metais estratégicos cobiçados pelos EUA; especialistas apontam riscos

  • 27/07/2025
(Foto: Reprodução)
Lula rechaça interesse dos norte-americanos pelos minerais raros do Brasil O território marítimo conhecido como Elevação do Rio Grande, uma "ilha submersa" reivindicada pelo Brasil desde 2018 junto à Organização das Nações Unidas (ONU), é rico em "terras raras", minerais considerados estratégicos para a transição energética e que foram alvo de polêmica envolvendo o governo dos Estados Unidos. Nesta quinta-feira (24), o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, afirmou que o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, manifestou interesse do governo norte-americano nos minerais críticos e estratégicos (MCEs) do Brasil. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Por que Trump mira terras raras e minerais no mundo todo - e qual o lugar do Brasil nesse xadrez No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o interesse durante um evento em Minas Gerais. Veja vídeo acima. “Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disse o presidente, em referência ao governo americano. Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que a ilha de 500 mil km², a 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul, é rica nestes materiais. O pleito do governo brasileiro por controle da região está em análise pela Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar desde 26 de fevereiro de 2025, sem data para uma resolução. Entenda melhor no gráfico abaixo. LEIA MAIS: Entenda o pleito do Brasil por "ilha submersa" rica em terras raras Terras raras: o que são, onde estão e por que os EUA se importam com elas Brasil tem 12 estados com potencial para presença de terras raras Veja como é a Elevação Rio Grande, ilha submersa no litoral do RS Para especialistas consultados pelo g1, a situação pode representar uma escalada no embate diplomático entre os dois países. Ainda que os Estados Unidos não sejam signatários da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o que impediria que sofressem sanções caso explorassem o território, o professor de Relações Internacionais João Gabriel Burmann, da Uniritter, avalia que a questão pode ser mais um elemento nas negociações entre os dois países. "Há um risco para o Brasil, sim, já que os EUA colocam mais esse elemento no processo de barganha. São interesses nacionais dos EUA que são incluídos em negociações como a das tarifas, da investigação contra Bolsonaro, do PIX, das big techs, da pirataria. É a linha do governo Trump", avalia. LEIA TAMBÉM: Jovem do RS que estuda programação desde os 12 anos é selecionado para representar Brasil em Olimpíada de IA na China Família dona de padaria invadida por carro no RS ainda contabiliza prejuízo 'Gaúcho Goods': livro de colorir temático inspirado em Bobbie Goods vende mais de mil cópias em uma semana no RS É importante lembrar que o Brasil ainda reinvidica a área, o que significa que não tem nenhum controle ou direito sobre o território, que é considerado internacional. Por isso, não haveria impeditivos legais para os EUA explorarem a área - ainda que isso possa gerar processos em cortes internacionais, como avalia Tatiana de Almeida Squeff, professora de Direito Internacional e Relações Internacionais da UFRGS. "Eu diria que não há impedimento legal para os Estados Unidos explorarem, por causa da sua não-vinculação. Mas isso poderia gerar debates em Cortes internacionais, eventualmente. É um tema a se observar de perto, pois, assim como os Estados Unidos mostram interesse na Groenlândia, por exemplo, essas regiões serão cada vez mais cobiçadas. A relação já estremecida nas últimas semanas ganharia um novo capítulo, mas nada que o Brasil não possa se defender juridicamente", diz. Até por isso, especialistas avaliam que a negociação pode se dar no tom da colaboração, e não da disputa. "Não vejo risco de uma intervenção dos Estados Unidos, mas, sim, um possível diálogo. Temos que pensar numa lógica mais ampla: Brasil e Estados Unidos estão em um momento crítico de suas relações, mas a tendência não é durar no longo prazo. Para os Estados Unidos, seria interessante um acesso brasileiro à Elevação do Rio Grande porque seriam fontes a mais de exploração de minérios críticos e estratégicos", avalia o professor de Relações Internacionais João Jung da PUCRS. "O Brasil tem know-how e é referência mundial em relação à exploração de bens submarinos, como a extração de petróleo. Não é fácil explorar um território com a Elevação do Rio Grande, então vejo como possível uma colaboração entre o Brasil e os Estados Unidos", finaliza. Imagens feitas com veículo não tripulado mostram cânion que corta Elevação do Rio Grande Luigi Jovane/USP Brasil reivindica ilha submersa no Oceano Atlântico Arte/g1 VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/07/27/ilha-submersa-reivindicada-pelo-brasil-e-rica-em-metais-estrategicos-cobicados-pelos-eua-especialistas-apontam-riscos.ghtml


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